Música para tratar a epilepsia

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Mozart e Coltrane teriam um efeito benéfico

Mozart e Coltrane teriam um efeito benéfico

Esta semana, a professora de neurologia Christine Charyton, apresentou um estudo sobre a Associação de Psicólogos dos Estados Unidos relacionado com o impacto que poderia ter de ouvir jazz ou de Mozart, em pessoas com epilepsia. De acordo com os resultados, os epiléticos reagem de forma diferente à música que aqueles que não têm este transtorno.
Aparentemente, as ondas cerebrais das pessoas com epilepsia parecem ser sincronizados com a música de Mozart ou John Coltrane, mas não com o silêncio. “Temos a hipótese de que a música – explica Charyton – seria processada no cérebro de forma diferente do que o silêncio. Isso nos permitiria usá-lo como uma ferramenta para ajudar as pessoas com epilepsia”.
Cerca de 75% dos casos de epilepsia são conhecidos como a epilepsia do lobo temporal, pois por lá parecem originar-se dos ataques. De acordo com o estudo, a região é também a que se processa a música, o córtex auditivo. Para determinar uma possível relação, os especialistas estudaram 21 pacientes que se encontravam na unidade de monitorização de epilepsia no Centro Médico da Universidade do Estado de Ohio. Registraram-Se os padrões de ondas cerebrais, enquanto os pacientes ouviam 10 minutos de silêncio, seguido da Sonata em Ré Maior, Movimento Andante, de Mozart, ou a interpretação do saxofonista John Coltrane, My Favorite Things, uma variação pessoal da música do filme Sorrisos e Lágrimas. Os resultados demonstraram que os pacientes exibiam níveis significativamente mais elevados de atividade das ondas cerebrais e estas tendem a ser sincronizados com a música.
“Nós poderíamos fazer uma analogia com a medicação – explica Charyton – se sabemos como funciona, poderemos determinar a dose. Já determinou que a música ajuda porque as ondas cerebrais se sincronizam e durante esse período não ocorrem ataques. Mas ainda não sabemos quanto tempo devem ouvi-la, ou que músicas seriam melhores. Serão necessários mais estudos para determinar isso. Minha recomendação é recorrer a esta ferramenta se ele funciona para você”.

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